19/07/09

Confissões da Madrugada II

Esta é a hora em que se embruxa a noite,
Quando de par em par se abrem as campas
E o próprio inferno
exala o seu hálito e contagia o mundo.
Agora eu sou capaz de beber sangue quente
E de pôr em prática negócios tão amargos
Que o dia, se os olhasse, estremecia.

A hora em que me ponho a olhar pela janela com o Josh a cantar para mim. Estou cansado, desgastado, pesado e, acima de tudo, muito feliz. Estou preso com grilhetas de carne e osso. Vais pagar caro por isto, por tudo o que fizeste e por tudo o que querias fazer... Em breve as minhas lágrimas vão aquecer, vão ferver e vão queimar as grilhetas que me puseste, a mim e a muitas outras «criaturinhas», ou lá como lhes chamas...

Vou deixar que me prendam, vou deixar que me matem; sou feliz, se assim o quiseres. Direi que aquele cinzento além não são os olhos da manha, mas o pálido reflexo da fronte de Cíntia. Tenho mais desejo de ficar do que vontade de partir; vem, morte, sê bem-vinda! Julieta assim o quer. Alma minha, como estais? Vamos conversar, não é dia ainda.

1 comentário:

Niusha disse...

Criaturinha? pff....